
O IMPACTO NAS FINANÇAS FAMILIARES DA ATUAL CONJECTURA ECONÓMICA
Que soluções ?
A guerra da Rússia contra a Ucrânia trará inevitáveis consequências económicas para a Europa e os seus membros, em resultado do aumento do preço dos combustíveis, petróleo e gás e bens alimentares, do influxo de refugiados e do aumento da despesa com a defesa.
Relativamente ao aumento do preço dos combustíveis e bens alimentares, este poderá levar ao aumento generalizados dos preços, inflação, e consequente aumento das taxas de juro de referência da Reserva Federal Americana (Fed) e do Banco Central Europeu (BCE).
Este entorno económico na Europa, aliado ao impacto da degradação da estabilidade da situação geopolítica ameaça seriamente a confiança das famílias e o sentimento dos investidores no curto prazo.
A título de exemplo, o Banco de Portugal (BdP) projectava no seu Boletim Económico de Dezembro de 2021 um crescimento da economia portuguesa de 5,8% em 2022, seguido de um ritmo de expansão mais moderado em 2023 de 3,1%. Estas estimativas foram revistas em baixa para 4,9% e 2,9% respetivamente, devido ao impacto da guerra. Quanto à inflação, o BdP aponta agora para 4,0% em 2022, quando há três meses antecipava 1,8%. Neste contexto, o Governador do Banco de Portugal veio já alertar para o desafio de um crescimento da economia muito baixo, num cenário de inflação elevada, embora não se espere um cenário de desemprego elevado.
Por outro lado o agravamento das taxas de juro já está em marcha. O BCE deu um primeiro sinal claro de que não vai tolerar uma inflação alta por muito tempo, reduzindo o ritmo de compra de títulos aos bancos para os próximos meses de Abril, Maio e Junho, o que se traduz na prática na subida de juros. O dinheiro fica mais caro uma vez que os bancos comerciais ficam com menos acesso a fundos muito baratos do BCE. Além desta redução na compra de títulos é expectável que o BCE venha a aumentar a sua taxa de juro de referência.
O IMPACTO NAS FINANÇAS DAS FAMÍLIAS
A subida da taxa de juro de referência afeta dois aspetos fundamentais das finanças das famílias:
i) taxa de juro paga nas hipotecas
ii) taxa de juro recebida pelas poupanças.
Os bancos passarão a pagar juros mais altos pelas poupanças, mas também cobrarão juros mais altos pelas hipotecas. Deste modo, o atual cenário macroeconómico afeta as hipotecas dos seguintes modos:
i) Contratação de novas hipotecas são feitas a um preço mais alto;
ii) Hipotecas antigas de taxa variável ficarão mais caras, uma vez que estão indexadas à taxa de referência;
Assim, os juros suportados no crédito à habitação a taxa variável, e logo a prestação suportada, subirão no curto prazo.
ALTERNATIVA À SUBIDA DE JUROS
Uma alternativa às hipotecas com taxa variável pode ser a contratação ou renegociação da hipoteca para taxa fixa.
Vantagens da taxa fixa:
i) O cliente sabe exatamente qual o valor de todos os pagamentos durante o período de vida do empréstimo;
ii) A taxa de juro da hipoteca não pode subir durante o período de vida do empréstimo;
Desvantagens da taxa fixa:
i) É possível que o cliente pague uma taxa superior à taxa variável se a taxa de referência se mantiver baixa, ou se descer;
ii) Quanto mais longo o período de vida do empréstimo, mais alta será a taxa a contratar.
No presente momento a incerteza é grande e é difícil estimar com segurança quanto subirão as taxas de juro, embora se preveja a sua subida, no sentido de manter a inflação sob controlo.
A escolha do produto ideal dependerá de cada caso, e do perfil de risco de cada cliente.
A conversa com um Gestor de Crédito ajudará o cliente dando-lhe a confiança para fazer uma escolha mais informada e consciente, além de prestar um serviço personalizado que lhe permitirá aceder às melhores condições de crédito no mercado, com uma maior rapidez no tratamento do processo e garantindo o apoio na reunião de toda a documentação.